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Os 04 Maiores Erros De Investir Bolsa De Valores

 Os 04 Maiores Erros De Investir Bolsa De Valores

Foi há apenas sete anos que abri uma conta em uma corretora pela primeira vez. Embora não seja exatamente um longo período de tempo, posso dizer que já cometi uma série de erros na minha trajetória como investidor em ações. Mas também tenho aprendido valiosas lições, que dificilmente serão esquecidas. É sobre elas que quero lhe falar hoje.

Como sou um investidor com visão de longo prazo meu objetivo na bolsa sempre foi obter ganhos superiores à média, sem nunca ter a ilusão de que conseguiria enriquecer de uma hora para outra. Mas eu bem sei que obter retornos acima de média de forma consistente não é uma tarefa assim tão fácil.

O problema é que a maioria das pessoas não usa as técnicas corretas para investir em empresas de qualidade. Assim, não é surpreendente que a maioria das pessoas não conseguem obter um retorno superior à média do mercado.

Hoje, felizmente, posso dizer que estou entre as poucas pessoas que obtém ganhos de verdade na bolsa. Se por um lado não tenho ganhos exorbitantes, por outro também não fico no prejuízo no longo prazo.

Assim, fazendo uma retrospectiva das minhas experiências como investidor na bolsa separei meus quatro maiores erros e suas lições aprendidas – algumas que aprendi só da pior maneira possível. Permita que eu compartilhe com você estas valiosas lições, para que você possa aprendê-las pela observação dos meus erros (e não precise cometê-los você mesmo).

Erro Nº 1 – Dar Atenção as Opiniões Alheias

Quando iniciei na bolsa assinava um serviço de relatórios por e-mail da minha corretora que prometia enriquecimento rápido na bolsa. Tudo que eu precisava fazer, segundo os relatórios, era realizar as operações de compra e venda indicados por eles. Muitos papéis inclusive deveriam ficar na minha carteira menos por menos de uma semana.

Obviamente era mais vantajoso para a corretora que eu realizasse um grande número de operações – gerando altas taxas de corretagens – do que obtivesse um retorno alto no longo prazo através de uma carteira concentrada com poucas ações e baixa rotatividade.

Felizmente não cheguei a comprar nenhuma ação recomendava naquele troço. O único dinheiro que perdi foi com a assinatura do serviço (que também não era barata).  A lição que aprendi com isso é que os “experts” podem até ser úteis para indicar alguns investimentos promissores, mas você deve fazer o máximo possível para chegar as suas próprias conclusão. Quando se trata de dinheiro nunca siga os conselhos de alguém cegamente, pois quase sempre existem conflitos de interesse ocultos.

Erro Nº 2 – Não Conhecer o Negócio da Empresa

Quando comecei a investir eu não sabia exatamente por onde começar a procurar ações. Como adepto do Investimento em Valor (Value Investing) fiz o que muitos investidores fazem: comecei olhando para o P/L (índice preço/lucro) das empresas. Empregando a lógica de que um P/L próximo a taxa de crescimento do lucro por ação indica que uma empresa está avaliada próximo ao seu preço justo, encontrei uma empresa que parecia ser uma verdadeira pechincha.

Só havia um problema: eu não tinha nem ideia do que a firma fazia. O resumo da história foi que perdi cerca de 2/3 do valor investido em menos de um mês com aquela ação. Se eu soubesse algo sobre exploração de imóveis – o negócio da empresa – saberia, em menos de 15 minutos, olhando para o seu balanço, que a empresa não estava em uma situação nem um pouco favorável.

Assim, aprendi que quanto mais você conhece o negócio de uma empresa mais preparado está para fazer uma decisão correta de compra ou venda de suas ações. Alguns meses depois comecei a ler livros como “O Jeito Warren Buffett de Investir” de Robert Hagstrom, que me convenceram que a única forma de investimento é investir em negócios, não em preços.

Erro Nº 3 – Não Admitir a Derrota

Outro erro que cometi foi quando comprei ações de uma empresa do setor de telecomunicações que começou a ter uma queda nos lucros de trimestre em trimestre. Era evidente que a situação da empresa não iria melhorar, mas mesmo assim eu me recusava a vender minhas ações. Depois de gastar horas pesquisando sobre a empresa acabei construindo uma relação emocional com ela, que me impedia de me desafazer das ações.

A verdade é que uma vez que nos comprometemos emocionalmente com alguma coisa existe uma tendência de nos mantermos fiéis a ela, o que no caso dos investimentos pode significar um verdadeiro desastre.

Aprendi dessa forma que a recompensa pelo esforço e a dedicação na pesquisa de uma empresa nem sempre precisa ser recompensado com um aumento no preço de suas ações. Pelo contrário, a recompensa que você pode obter com isso é conhecer a empresa o suficiente para saber quando não investir nela e, em consequência não perder dinheiro com ela.

Erro Nº 4 – Não Avaliar a Empresa

A minha experiência na compra dessas ações (e sua posterior venda com prejuízo) me mostrou também que eu deveria me dedicar ainda mais na pesquisa de ações e aprender sobre essa tal de “avaliação” de ações. Eu já tinha opinião própria na escolha das ações, comprava apenas ações de empresas que conhecia e sabia a hora de vendê-las, mas ainda não sabia avaliá-las corretamente.

Eu já tinha lidos alguns livros mais básicos sobre investimentos em ações, principalmente no que se refere ao Value Investing juntamente com algumas informações desencontradas que encontrei na internet. O resumo é que eu acabei fazendo uma enorme confusão de conceitos e comecei a utilizar um método falho para encontrar empresas aparentemente atraentes.

Analisando alguns indicadores encontrei uma empresa que estava aparentemente subvalorizada. O problema é que ela não estava apenas subvalorizada como o preço das suas ações estava em queda livre, o que acabou por me levar novamente ao prejuízo. Eu poderia ter evitado esse erro facilmente se tivesse gasto pelo menos cinco minutos para olhar os indicadores da empresa. Poderia ter visto facilmente que se tratava de uma empresa ruim ao ver o prejuízo no balanço da empresa. Isto é, uma porcaria barata é, ainda assim, uma porcaria.

Aprendi, assim, que eu precisaria dominar o instrumental teórico caso quisesse me tornar um investidor de verdade. Meu próximo passo foi me matricular em um curso de investimento em valor para aprender como selecionar ações superiores através de uma estimativa do preço justo (ou valor intrínseco) das ações. Aprendi tudo isso com umas das pessoas que foi mais inspiradora para mim como investidor. O nome desse cara é André Fogaça, fundador do site GuiaInvest.com, um dos sites de maior audiência na área de investimentos em ações no Brasil que tem atualmente com mais de 112 mil investidores registrados.

Aprendi, dessa forma, que além de estimar o preço justo de uma ação somente devo comprá-la quando houver um desconto significativo em relação ao seu preço de mercado, isto é, quando houver uma margem de segurança considerável. Portanto, mesmo que eu tenha cometido um erro de estimativa as minhas chances de perder dinheiro com esse negócio serão mínimas e mesmo assim provavelmente obterei algum lucro no longo prazo.

Conclusão

Este artigo teve o objetivo de lhe mostrar que é possível investir na bolsa de valores com segurança, bastando para isso estar disposto a aprender. Muitas vezes as pessoas “se ferram” apostando porque simplesmente não sabem algumas coisas simples. Elas simplesmente olham para as ações que mais subiram nas últimas semanas e usam isso como critério de escolha. O problema é não vai dizer se a ação está sendo vendida ao seu preço justo ou não.

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